domingo, 3 de maio de 2009

Pelé, o rei do futebol


Divulgação
Pelé, o rei do futebol
Em toda a década de 60, o Santos só perdeu um Campeonato Paulista, o de 63. Entre 57 e 68, o time manteve um histórico tabu de não perder para o Corinthians. Pelé estraçalhou todos os recordes possíveis de gols: foi artilheiro do Paulistão 11 vezes, em uma delas com absurdos 58 gols. De 61 a 65, só deu Santos na Taça Brasil – o que havia de mais parecido com o Campeonato Brasileiro. Dono de boa parte da Seleção campeã na Suécia em 58 e no Chile em 62, o Santos alçou seu nome ao exterior com a conquista de duas Libertadores e dois títulos Intercontinentais consecutivos, em 62 (derrotando Peñarol e, depois, Benfica) e 63 (Boca Juniors e Milan). O mundo ficou aos pés de Pelé e do Santos. Tanto que o time passava mais tempo fora do Brasil do que aqui: fez excursões por toda parte e até foi motivo de trégua na Guerra do Congo Belga, em 1969. O clube, o futebol e o mundo do esporte nunca mais foram os mesmos depois da tal “Era Pelé”. Que levava o nome de um homem só, mas foi responsável pela linha de ataque mais famosa do Brasil (Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe) e que na órbita do camisa 10 incontáveis coadjuvantes que seriam protagonistas em qualquer outra equipe de qualquer outra época, como Gilmar dos Santos Neves, Mauro Ramos de Oliveira, Pagão, Toninho Guerreiro, Edu e Clodoaldo.

SANTOS FUTEBOL CLUBE

Tudo começou em 1912, dia 14 de abril, quando Raymundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Júnior organizaram uma reunião no Clube Concórdia de Santos para decidir sobre a criação de uma agremiação dedicada ao futebol. Entre uma série de propostas – como “Brasil Atlético”, “Euterpe” e manter o nome “Concórdia” – imperou a lógica direta e reta. Clube de futebol, em Santos, que fosse Santos Futebol Clube mesmo.

Uma coisa é montar um clube, outra é reunir as camisas, juntar a garotada, acertar o calendário e colocar um time no campo para valer. O processo todo demorou quase seis meses: em 23 de junho houve o primeiro jogo-treino, contra o Thereza Team; só no dia 15 de setembro o Santos fez seu primeiro jogo oficial – vitória de 3 x 0 sobre o Santos Athletic Club, mais famoso como Clube dos Ingleses, que existe até hoje, sem time de futebol profissional. Tudo ia caminhando até que bem a não ser por um detalhe bem perceptível: branco, azul e dourado não eram exatamente as cores que mais combinavam no planeta e, além do mais, produzir uniformes com detalhes em dourado não era tarefa fácil na época. Foi então que o sócio Paulo Pelúccio, no dia 13 de março de 1913, fez uma nobre sugestão, embasada na representação “da paz e da nobreza”. Pronto. Preto e branco, quer combinação mais fácil? Com quase um ano de vida, o Santos podia enfim virar o “alvinegro praiano”.